domingo, 4 de dezembro de 2011
O cravo saiu ferido e a rosa, despedaçada.
Você tenta compreender que é assim que funciona, alguma hora essas rosas iriam simplesmente morrer. Mas não é tão simples assim. Aquelas rosas estiveram por muito tempo com você, te alegraram com suas cores nos dias cinzentos, te mantiveram ocupada durante os momentos de ócio e trouxeram algum sentido para a sua vida.
Simplesmente aceitar que tudo o que você acreditava e amava: suas rosas amarelas, vermelhas, brancas, azuis, cada uma com seu jeito, não retribuíam todo o seu zelo, carinho e preocupação, não é fácil. Enquanto pareciam tão delicadas e inofensivas, rasgavam seu coração, pouco a pouco, com seus pequenos espinhos.
É complicado mas, talvez, seja hora de substituir as velhas e apodrecidas rosas por um novo jardim. Com papoulas, dentes-de-leão e até mesmo, novas rosas.
E o mais importante de tudo: aceitar que no novo jardim muitas flores terão espinhos que irão te machucar, mas outras terão pétalas macias, cores vivas e o melhor odor de todos, que curarão seus ferimentos e estarão sempre ali para você, para te alegrar.
No mais, não desista nunca do seu jardim por causa de algumas rosas apodrecidas. Ainda há muita semente boa por aí.
domingo, 27 de novembro de 2011
Ô, pequeno
Uma garrafa, uma dúvida, uma alívio.
Tanto tempo, e mesmo assim tão pouco, na verdade, até mesmo, tempo esquecido.
Parece que aconteceu há muitos anos, ou que nem ao menos aconteceu.
Foi verdadeiro, foi puro e bom.
Eram dois amantes, companheiros e agora o que resta são pequenas palavras soltas sem nenhum significado.
O jeito é seguir em frente...
sábado, 17 de setembro de 2011
Overthinking
Então você fica em casa curtindo a sua tosse seca, assim como a sua alma, se afundando em melancolia e pensando em tudo que faz e deixa de fazer, em quem está na sua vida, quem está saindo, quem está entrando. Tudo para te deixar para baixo.
Pessoas entram e saem das nossas vidas o tempo todo, então, por que tem que ser tão difícil abrir mão de pessoas realmente importantes que estão indo embora por conta própria sem nem ao menos lembrar de você, enquanto você fica ali sangrando e se culpando.
“Sou eu? Mudei muito? Tornei-me algo ruim ou chato? O que eu fiz?” São algumas das várias perguntas que vem a minha cabeça nesses momentos. Os olhos cheios de lágrimas e a água quente do chuveiro caindo e molhando os meus cabelos. Não deveria ser difícil assim, me disseram que a vida é boa, que vale a pena. Por isso as pessoas tem tanto medo de morrer. É por isso mesmo? Ou seria a incerteza de pra onde se vai quando morre, se para o céu ou inferno, ou lugar nenhum (na cabeça dos mais céticos)? Não, acho que nesse quesito de ser deixada não é minha culpa. Mudei, não vou mentir, mas mudei para uma pessoa mais desligada, não quero me estressar com pequenas coisas, não me deixo abalar mais tão facilmente, pelo menos assim creio.
Mas e se tiver sido apenas um período de alegria, daqueles que vem raramente, no qual nada te abala, nada de chororô pelos cantos, como de costume. Você começa a se estranhar e pensar que está curado.
E ai está ela de volta! A velha amiga tristeza. Foi e voltou, não é como algumas pessoas que vão e não voltam, que morrem, ou simplesmente nos deixam, por vontade. A tristeza é amiga fiel, volta sempre. Gosta de nos fazer uma visitinha, mesmo que incoveniente. E quando vem faz uma bagunça na nossa vida, bem extraordinária.
Ai velha amiga tristeza, nos deixa desnorteados. Nos calamos, nos isolamos, começamos a encontrar defeitos nas coisas ruins, tudo é ruim. Ficar deitado, dormir, só pra passar o tempo mais rápido, esquecer ou então ver se a tristeza resolve ir embora, ela não é bem-vinda.
Quem sabe ela nunca tenha ido embora, só ficou adormecida por um tempo. O problema é você, o que se tornou. Essa alma amargurada, tão calada, tão pequena. “Chega mais, conversa ai, me conta do seu dia, me diz o que te aflinge.” Não sai nada.
A simples ação de abrir a boca para se comunicar virou um grande esforço que você nem ao menos tenta, conversa consigo mesma. Afinal só você se entende não é mesmo? Errado. Nem você.
É um caso perdido, não adianta buscar soluções, o problema é você.
Você não muda, não faz esforço, não quer melhorar. Prefere ficar reclusa, fugir de tudo e de todos. Fraca. Vai lá, se afundar na sua pequena solidão, na sua melancolia, no seu mundinho utópico, feliz, cheio de bons modos e pessoas compreensivas que dão valor no seu esforço, no seu amor. Tudo uma grande mentira. Assim nada melhora.
O mundo é cheio de hipócritas e mentirosos, você é um deles. Aprenda a lidar com isso, seja forte, não abaixe a cabeça e aceite a humilhação, se gritarem com você, grite mais alto. Não deixe o medo vencer, seja forte, só você vai mudar a sua situação e fazer da vida algo pelo qual valha a pena lutar. Se algumas pessoas foram embora, continue, muitas outras estão por vir. Se algumas foram magoadas por você, aquelas que você mais se importa, mostre que sente-se arrependido, não se dê por vencido.
Pensar demais não te mata, talvez você já esteja morto. Essa é a única situação em que ainda há um jeito de ressuscitar. Então, não perca tempo.
But you can’t hide in you room forever and feel sorry for yourself; it’s impractical. At some point, you’ve got to get back out there, face up to things, and confront your demons.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Desabafo e Confusão.
Não levei como crítica e nem senti-me ofendida.
De fato, acho que são bem parecidos mesmo.
A falta de concordância, o excesso de pontuação, as histórias melosas, os fins melancólicos, a falta de impessoalidade, realmente, são todos iguais.
Não sinto que vá mudar muito, ou que eu deva mudar. Simplesmente sai assim, por mais que eu tente, não muda.
Gosto de textos assim, confusos, nos levam a pensar e achar diversas interpretações.
Maioria são um turbilhão de emoções e desabafos que insisto em juntar e colocá-los juntos para dar uma aliviada, sabe?
Aliviar é bom ás vezes, vocês deveriam tentar. Escrever pra extravasar, gritar, chorar, soltar um pouco da mágoa e da amargura. Faz bem.
E como faz...
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Incipiente
O tempo passa, mas eu não vejo, estou presa ao passado. Pessoas vão e vem, já não ligo mais para a sua presença. Solidão. É o mais adequado para tal situação.
A cada nova manhã, descubro mais sobre mim, até onde posso ir e como agir. Tento deixar o medo de lado, mostrar o que tenho de melhor, deixar transparecer meus sentimentos. Assim poderei conquistar e ser conquistada...
"Você vive o que você prega, você vive o que você fala"
Hipocrisia
Queria ver originalidade, coragem e indiferença.
Apesar de toda a desigualdade, só vejo igualdade. As mesma opniões, os mesmo gostos, os mesmo hábitos.
A sociedade é mecanizada, seguem um padrão, os diferentes são ignorados.
Procuro a minha originalidade, não interessa se é ou não comum. O que realmente interessa é se estou feliz, que seja do meu jeito.
Looping
É como a experiência do primeiro dia de aula, o frio na barriga, a confusão por não conhecer nada nem ninguém, é o medo de começar uma nova rotina.
É como estar em uma montanha-russa, as subidas são marcadas pelo nervosismo e o aumento da adrenalina, enquanto a descida, para os mais corajosos oferece alívio e segundos de diversão, já para os mais covardes oferece segundos de agonia e arrependimento.
É como andar de avião pela primeira vez, na decolagem agarrar-se ao assento com medo, mas durante o voo chegar a soltar o cinto e ir até o banheiro.
Toda nova experiência gera a insegurança e a certeza de que nada dará certo. As perdas nos fazem sofrer e achar que é o fim do mundo, mas o tempo cura todas as cicatrizes.
O tempo. O melhor remédio, cura dor de amor, cura tédio e imaturidade. Nada melhor.
Tantas divagações sem nexo algum. Essa é a vida. Formada por pequenos sofrimentos, até mesmo os momentos de alegria nos trazem sofrimento pelo simples fatos de terem acabado. Momentos de tristeza são curados pelo tempo. E os demais, o ser humano vai levando...
Estou de mal com essa tal de vida, que me fornece um looping de sensações e sentimentos e me faz divagar tanto para chegar a lugar nenhum.
O que sai de baixo para cima e me consome é o medo. Medo do novo, do velho e medo da vida. Acho que a única cura é ir levando do jeito que der e ver aonde tudo vai dar...
domingo, 19 de junho de 2011
Trilha sonora da sua vida.
1. Abra sua lista de música
2. Coloque no modo aleatório.
3. Aperte play.
4. Para cada pergunta abaixo, escreva o nome da música que esteja tocando.
5. Quando passar para a próxima pergunta, aperte o botão pra avançar pra outra faixa
Trilha sonora:
Créditos iniciais: Strawberry fields forever - the beatles
Tema do seu nascimento: Me and jane doe - charlotte gainsbourg
Primeiro dia na escola: Time to pretend - mgmt
Primeira briga: Descoberta - los hermanos
Primeira decepção amorosa: New slang - the shins
Tema de sua vida escolar: Crying lightning - arctic monkeys
Tema de sua vida adulta: King of the night - copacabana club
Trilha sonora para sua primeira vez: La redécouverte - yann tiersen
Trilha sonora para as demais vezes: Another sunny day - belle and sebastian
Primeira canção em seu carro: Home - she and him
Tema de seus flashbacks: Head to toe - kings of leon
Sua canção de namorados: You make my dreams - hall and oates
Música de seu casamento: Último romance - los hermanos
Tema do nascimento de seu primeiro filho: Gap - the kooks
Última música que ouvirá antes de virar gagá: Dance agora - cachorro grande
Música que estará tocando quando morrerá: Alive - pearl jam
Música do funeral: All my own stunts - arctic monkeys
Créditos finais: Hey ya - cocoon
sábado, 4 de junho de 2011
Melancolia aguçada.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Desvario
domingo, 20 de março de 2011
A permuta.
Observei durante anos uma adorável moça que sempre ia ao cemitério aos domingos e passava horas conversando com certo túmulo. Despertou-me grande curiosidade, e certo dia resolvi ir lá, apenas ver se estava bem.
Conversamos durante horas e ela contou-me que o túmulo era de sua irmã. Uma história extraordinária. Eram gêmeas siamesas e durante quinze anos viveram grudados uma á outra pelo abdômen.
A rotina já era costumeira, não ligavam muito por estarem grudadas, bom, pelo menos até a sua adolescência. Logo, a moça começou a se interessar por um rapaz e quis privacidade. Pesquisou durante um longo tempo sobre a cirurgia de separação. Descobriu que era possível e sem muitos danos. Passou meses tentando convencer a irmã, que de maneira alguma queria a separação, temia a morte, pois sempre foi a mais frágil e contraia doenças facilmente, o medo de morrer era iminente e ela se recusava a fazer a cirurgia. Mas seu amor pela irmã e vendo-a querendo levar a vida adiante, uma vida só dela, a fez aceitar a cirurgia.
Pediram de aniversário e assim foi feito. A moça contou-me que acordou em uma cama de solteiro, na qual sua irmã não estava. A alegria tomou conta dela por vários minutos pensando no que ia fazer daquele momento em diante, até que lembrou de sua irmã, queria saber se ela também estava se sentindo feliz. A mãe apenas chorou e a abraçou contando que a irmã não tinha resistido à cirurgia e falecido.
Desde então fazia visitas freqüentes ao túmulo para contar a irmã tudo que havia conquistado e tentar amenizar o seu sentimento de culpa.
Deixei-a lá, conversando com o túmulo e voltei ao trabalho...
- Olha querida irmã, um homem interessado em nossa extraordinária história, aposto que ele adoraria conhecê-la e ver o quanto é maravilhosa.
A falta que minha irmã me faz é imensa, não pensei nela, em seus problemas de saúde, apenas em mim mesma, sua morte é culpa do meu egoísmo.
De repente o céu inteiro se fechou, uma chuva torrencial começou a cair, não pensei em me retirar, queria apenas ficar ali por mais alguns intantes, até que um raio me atingiu.
Minutos depois, meu corpo se levantou, olhei para o túmulo, o lugar que passei muitos anos da minha jovem vida, sorri malignamente:
- É querida irmã, agora é a minha vez de viver.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Imensidão.
Não consigo explicar a imensidão dessas palavras. Você, leitor, pode não achar, mas pra mim, significam mais do que apenas palavras, uma lição de vida.
Aquela mania insistente de se redimir ao que os outros pensam e falam de você.
Suas ações vão mudando, seu eu se reprime, sua personalidade se perde e acaba se tornando o que a sociedade quer.
Já passei por isso e tenho certeza que muitos já passaram. Falar e agir da maneira que a sociedade dita.
Com o tempo, percebi que era mais que isso, não precisava seguir tais ditaduras, que vão desde as coisas mais superficiais até as mais profundas.
Não preciso me encaixar na sociedade, preciso mesmo é ser o que quero ser. Agir da maneira que quero agir e buscar os meus sonhos.
É baseado nisso que eu busco a minha felicidade, vou atrás do que acredito e do que sonho, por que afinal, meu tamanho é só uma mera demonstração do que eu sou. O que sou de verdade é mil vezes maior, e não preciso provar isso a ninguém, só pra mim mesma.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
O último suspiro.
Deixei de acreditar nas minhas próprias palavras. Faz um tempo já. E posso dizer que foi uma das decisões mais desgraçadas que já tomei.
A falta de crença em você mesmo e nas suas capacidades gera a desconfiança. Extremamente desconfiante. Acho que é a melhor definição pra mim.
O pior de tudo é o medo que se cria. De fracassar, de falhar, de decepcionar. Medo de si mesmo. O pior de todos os medos, não tem como fugir do seu subconsciente. Aquelas palavras, aqueles suspiros vão soprar no seu ouvido repetidas vezes, até que você dê de fato o seu último suspiro...