domingo, 22 de abril de 2012

Admirável iMundo

Típica manhã de domingo, encontrava-me na mesma mesa do bom e velho café de sempre, provida de um jornal, um copo de café gelado e meu celular. Variava a leitura do periódico com as atualizações do Twitter. Tudo ocorria normalmente.
Mas minha visão aguçada e observadora de cronista, que está sempre em busca de um acontecimento interessante para gerar inspiração, logo capitou o alvo da nova crônica. Era um casal, estavam poucas mesas adiante e comiam o desjejum normalmente.
Muitos devem estar se questionando: "E daí? O que tem de mais nisso?" Responderei sem delongas: o casal não conversava. Voltaram sua atenção, cada um, para a tela do celular. Ora riam, ora com a feição séria. Ficaram assim por tempo considerável até deixarem o local de mãos dadas, porém, ainda agarrados ao celular.
A cena me intrigou e deixou a grande dúvida: "Até onde o uso da internet pode ser bom nas nossas vidas? Como grande adepta das novas tecnologias e internauta fiel não posso deixar de defender a ferramenta. A internet mudou a vida do ser humano para melhor. Ficamos sabendo de notícias do mundo inteiro em tempo real, conversamos com amigos e familiares a qualquer momento, em qualquer lugar e conseguimos enriquecer nossa cultura e conhecimento se usarmos a variedade de informações oferecidas adequadamente.
Entretanto, ao mesmo tempo que a internet nos favorece, ela nos destrói. Mentes preguiçosas, pessoas reclusas e mal informadas começam a surgir. Mal informadas? Isso mesmo, como foi dito por Humberto Eco em entrevista para a revista Época em janeiro de 2012: "A internet é perigosa para o ignorante porque não filtra nada para ele". Se concordo com o ponto de vista dele? Plenamente
O mal da internet é que, maioria das vezes, as pessoas deixam de lado o livros, jornais e revistas afirmando que lerão online e acabam não usando a internet para adquirir esses conhecimentos, usam-na apenas para banalidades, criando uma geração alienada, desinformada e "virtual".
Meu maior medo é que todos acabem como o casal citado anteriormente: totalmente dependentes da internet e distantes da realidade, incapazes de desligar o celular por um segundo, com medo de perder novas atualizações, para ter uma boa leitura, uma conversa enriquecedora ou apenas apreciar a bela manhã.
Torço para que saibamos usar toda essa informação que nos é oferecida para crescer de maneira intelectual e não para atrofiar o cérebro e os modos sociais.