sábado, 18 de setembro de 2010

Get back.

Sentou abraçada ao moose. Chorou como se não houvesse mais nada a perder.
As lágrimas escorriam e embaçavam sua visão. Não conseguia parar de chorar.
Seu coração? Em pedaços. Sua sanidade? Perturbada. Sua essência? Perdida há muito tempo.
Não conseguia entender toda a turbulência de coisas em sua mente.
Tudo flutuava, e a fazia sentir-se cada vez mais inferior.
Lembrou-se de quando passava horas sentada com sua família, contando histórias, rindo, brigando, desculpando-se.
A nostalgia invadia seu coração, fazendo-a chorar ainda mais. O que fizera com a sua vida?Por que se distanciara tanto de tudo e de todos?
Cadê aqueles sorrisos constantes? A vontade de ver os amigos, as pessoas que ama? Pra onde foi tudo isso?
Pra onde foi, não se sabe. A única certeza é que deseja ter tudo de volta. Todos os sorrisos, as cantorias, os suspiros, as vibrações. Deseja voltar a ser quem era, sem medos, sem preocupações, sem intenções...

domingo, 5 de setembro de 2010

Platônico.

Sentada na calçada, observava os carros passarem. O sereno caía sobre seus negros cabelos.
Sua cabeça girava, o sangue fervia nas veias. Ainda sentia adrenalina e as lembranças, ainda recentes, a assolavam.
Imaginava, inventava, e em alguns momentos, apenas recordava.
Se divertiu a cada segundo, não conseguia esquecer a troca de olhares, os sorrisos, as conversas hesitantes.
Tinham tanto em comum, e ao mesmo tempo, nada. Ela, quieta, no seu canto, sempre tímida, de poucas palavras e muitos sorrisos.
Ele, risadas altas, extrovertido, agitado.
Curtiam da mesma música, do mesmo estilo, discutiam sobre horas, se conheciam a vida inteira.
Mas isso não era pra dar certo. Nunca. Era apenas uma idealização. Ele, é muito perfeito pra ela. Assim, ao se juntarem, teme que ela o estrague.
Um amor platônico, do mais puro e inocente, a enche de alegria e sonhos, sua cabeça gira em torno dele, e quem disse que ela quer se livrar disso? Viver o real? Não quer.