sábado, 17 de setembro de 2011

Overthinking

“Pensar demais vai acabar te matando.” Hoje é um daqueles dias em que se recusa qualquer tipo de programa para desfrutar da sua própria companhia. É também um daqueles dias que você acorda com aquela sensação de que tudo vai dar certo, animado, programando mil coisas para o tão aguardado fim de semana, mas em algum momento do dia toda essa animação e alegria se perde em pequenas momentos que nem chegam a ser tão incômodos, porém você acaba tornando-os assim.
Então você fica em casa curtindo a sua tosse seca, assim como a sua alma, se afundando em melancolia e pensando em tudo que faz e deixa de fazer, em quem está na sua vida, quem está saindo, quem está entrando. Tudo para te deixar para baixo.
Pessoas entram e saem das nossas vidas o tempo todo, então, por que tem que ser tão difícil abrir mão de pessoas realmente importantes que estão indo embora por conta própria sem nem ao menos lembrar de você, enquanto você fica ali sangrando e se culpando.
“Sou eu? Mudei muito? Tornei-me algo ruim ou chato? O que eu fiz?” São algumas das várias perguntas que vem a minha cabeça nesses momentos. Os olhos cheios de lágrimas e a água quente do chuveiro caindo e molhando os meus cabelos. Não deveria ser difícil assim, me disseram que a vida é boa, que vale a pena. Por isso as pessoas tem tanto medo de morrer. É por isso mesmo? Ou seria a incerteza de pra onde se vai quando morre, se para o céu ou inferno, ou lugar nenhum (na cabeça dos mais céticos)? Não, acho que nesse quesito de ser deixada não é minha culpa. Mudei, não vou mentir, mas mudei para uma pessoa mais desligada, não quero me estressar com pequenas coisas, não me deixo abalar mais tão facilmente, pelo menos assim creio.
Mas e se tiver sido apenas um período de alegria, daqueles que vem raramente, no qual nada te abala, nada de chororô pelos cantos, como de costume. Você começa a se estranhar e pensar que está curado.
E ai está ela de volta! A velha amiga tristeza. Foi e voltou, não é como algumas pessoas que vão e não voltam, que morrem, ou simplesmente nos deixam, por vontade. A tristeza é amiga fiel, volta sempre. Gosta de nos fazer uma visitinha, mesmo que incoveniente. E quando vem faz uma bagunça na nossa vida, bem extraordinária.
Ai velha amiga tristeza, nos deixa desnorteados. Nos calamos, nos isolamos, começamos a encontrar defeitos nas coisas ruins, tudo é ruim. Ficar deitado, dormir, só pra passar o tempo mais rápido, esquecer ou então ver se a tristeza resolve ir embora, ela não é bem-vinda.
Quem sabe ela nunca tenha ido embora, só ficou adormecida por um tempo. O problema é você, o que se tornou. Essa alma amargurada, tão calada, tão pequena. “Chega mais, conversa ai, me conta do seu dia, me diz o que te aflinge.” Não sai nada.
A simples ação de abrir a boca para se comunicar virou um grande esforço que você nem ao menos tenta, conversa consigo mesma. Afinal só você se entende não é mesmo? Errado. Nem você.
É um caso perdido, não adianta buscar soluções, o problema é você.
Você não muda, não faz esforço, não quer melhorar. Prefere ficar reclusa, fugir de tudo e de todos. Fraca. Vai lá, se afundar na sua pequena solidão, na sua melancolia, no seu mundinho utópico, feliz, cheio de bons modos e pessoas compreensivas que dão valor no seu esforço, no seu amor. Tudo uma grande mentira. Assim nada melhora.
O mundo é cheio de hipócritas e mentirosos, você é um deles. Aprenda a lidar com isso, seja forte, não abaixe a cabeça e aceite a humilhação, se gritarem com você, grite mais alto. Não deixe o medo vencer, seja forte, só você vai mudar a sua situação e fazer da vida algo pelo qual valha a pena lutar. Se algumas pessoas foram embora, continue, muitas outras estão por vir. Se algumas foram magoadas por você, aquelas que você mais se importa, mostre que sente-se arrependido, não se dê por vencido.
Pensar demais não te mata, talvez você já esteja morto. Essa é a única situação em que ainda há um jeito de ressuscitar. Então, não perca tempo.

But you can’t hide in you room forever and feel sorry for yourself; it’s impractical. At some point, you’ve got to get back out there, face up to things, and confront your demons.

1 comentários:

Luara Quaresma disse...

Gostei da intensidade que encontrei aqui!