sábado, 4 de junho de 2011

Melancolia aguçada.

Encontrava-me sentada em um velho café. Tinha como forma de distração uma xícara cheia e um caderno quase completo de histórias.
Histórias estas que haviam sido escritas em tempo ocioso e solitário. As palavras, tão amigas, serviam como um consolo para tudo que se passava.
Escrevia naquele momento sobre um casal apaixonado. Uma história melancólica e, aos olhos de muitos, poderia ser desagradável. Não possuia um final feliz, não. Pra quê esses clichês de "felizes para sempre"? Gosto mesmo é de fugir da regra.
O sino da porta avisa que alguém está entrando. Retiro a concentração das páginas manchadas e puídas do velho caderno e olho para trás. Sou surpreendida com um abraço e um sorriso que poderia iluminar uma cidade inteira. Era o meu amor.
Sentou-se, tomou alguns goles do meu café, leu a história, e por fim acaba rindo, como se duvidasse da minha sanidade.
Ficamos ali por horas, nos deliciando com xícaras de café e com papos que falavam sobre tudo e sobre nada.
Finalmente decidimos sair, passear. Já havia anoitecido, o que tornava o passeio ainda mais encantador.
Atravessando a rua deserta, rindo e brincando. De repente uma luz nos cega, carro em alta velocidade vinha em nossa direção. Não deu tempo de pensar, agir. Apenas nos agarramos e sentimos a pancada. Pude ouvir como último suspiro do meu querido: "Eu te amo..."
Pra quê? Pra quê esse tal de final feliz?

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