domingo, 5 de setembro de 2010

Platônico.

Sentada na calçada, observava os carros passarem. O sereno caía sobre seus negros cabelos.
Sua cabeça girava, o sangue fervia nas veias. Ainda sentia adrenalina e as lembranças, ainda recentes, a assolavam.
Imaginava, inventava, e em alguns momentos, apenas recordava.
Se divertiu a cada segundo, não conseguia esquecer a troca de olhares, os sorrisos, as conversas hesitantes.
Tinham tanto em comum, e ao mesmo tempo, nada. Ela, quieta, no seu canto, sempre tímida, de poucas palavras e muitos sorrisos.
Ele, risadas altas, extrovertido, agitado.
Curtiam da mesma música, do mesmo estilo, discutiam sobre horas, se conheciam a vida inteira.
Mas isso não era pra dar certo. Nunca. Era apenas uma idealização. Ele, é muito perfeito pra ela. Assim, ao se juntarem, teme que ela o estrague.
Um amor platônico, do mais puro e inocente, a enche de alegria e sonhos, sua cabeça gira em torno dele, e quem disse que ela quer se livrar disso? Viver o real? Não quer.

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